sábado, 28 de agosto de 2010

Precisamos redesenhar um país rasurado.

Tive um papo com minha amiga Paula, qual felizmente trabalho a algum tempo, e o assunto foi sobre revolução ou evolução para a sociedade?

Ao estudarmos o conceito de revolução, nos deparamos com uma interessante “crise” onde não conseguimos bem ao certo encontrar um consenso pelo qual possamos dar uma única significação a esse termo. Isso tudo porque as experiências históricas definidas como “revolucionárias”, nem sempre são o reflexo exato de uma concepção previamente estabelecida.

A partir daí nos preocupamos sobre qual tipo de fato histórico pode ser considerado “revolucionário”. O termo revolução, à primeira vista, refere-se a toda e qualquer transformação radical que atinja drasticamente os mais variados aspectos da vida de uma sociedade. Nesse sentido, as mudanças proporcionadas por certo acontecimento deveriam ser julgados como revolucionárias por todo e qualquer estudioso que pesquisasse um mesmo tema.

No entanto, percebemos que as perspectivas históricas nem sempre concordam entre si. Muitos historiadores preocupam-se em refletir, por exemplo, sobre os “limites” de uma determinada revolução. Dessa forma, cria-se uma verdadeira contradição onde não sabemos com absoluta certeza se um fato histórico foi ou não foi revolucionário. Poderíamos assim dizer que, na verdade, não existem revoluções?

De acordo com correntes de compreensão marxista, uma revolução só pode ser experimentada quando todos os pontos fundamentais que sustentam o statu quo de uma sociedade invertem-se completamente. Com isso, admiti-se que se as relações de trabalho, a hierarquia social, as práticas econômicas ou hábitos cotidianos permanecem após uma mudança histórica, exclui-se a possibilidade de uma revolução.

Um dos casos mais notórios desse tipo de contradição pode ser observado nas revoluções acontecidas entres os séculos XVII e XVIII. A queda do Antigo Regime favoreceu a ascensão política da burguesia, porém manteve – sob outros parâmetros – a exploração das classes trabalhadoras. Até por isso, muitos historiadores chamam tais transformações de “revoluções burguesas”.

Com essa indefinição, certas correntes históricas só reconhecem uma revolução em concordância com termos bastante definidos. Outras já relativizam o termo, admitindo que seja impossível a deflagração de uma revolução total. A partir dessas diferentes concepções, cria-se um acalorado debate onde se discute a possibilidade de condições históricas que transforme radicalmente uma sociedade ou se toda e qualquer transformação não consegue atingir um patamar revolucionário.

Seria difícil decretar uma resposta final a esse debate sobre as revoluções. No entanto, em nada podemos desmerecer certo tipo de compreensão histórica em detrimento da outra. Enquanto isso, podemos discutir na pluralidade de perspectivas novas compreensões das mais brandas ou mais agitadas experiências históricas. Sejam elas revolucionárias ou não.

2 comentários:

  1. Querido Ed,
    Você, como sempre, expôs de forma muito didática e brilhante sua reflexão a respeito deste tema, que discuti com você de forma intuitiva e quase leiga.
    Penso que o propósito deste blog está mais que atingido pois tenho ampliado meus horizontes com nossas discussões e reflexões.
    A respeito ainda deste tema, penso que cabe a cada um de nós tirarmos nossas próprias conclusões utilizando nossas percepções, experiências e conhecimentos para que possamos encontrar soluções efetivas para transformar esse Mundo. No fim das contas, as discussões teóricas são sempre estimulantes e necessárias mas a AÇÃO, que é o mais DIFÍCIL, é o que realmente importa...não acha?

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  2. As evoluções ao meu ver ocorrem naturalmente , mas as revoluções são mudanças forçadas pelo homem e não pela natureza que tem como objetivo tranformar algo ou alguma coisa.
    Históricamente as revoluções sempre mudaram algum quadro social ou pensamento da sociedade , por exemplo , A revolução comunista (1917).
    Portanto na minha opinião uma revolução é um movimento feito pelo homem para mudar o pensamento ou valor de determinada sociedade.Se enquadrando todos os acontecimentos históricos que fizeram tal mudança.

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